Ela tem a “chave” na estabilização, geração, dissipação e liberação de força necessária para a locomoção humana.Sem ela, você não poderia estabelecer um padrão contralateral de movimento alternado para caminhar.
A fáscia toracolombar pode ser vista como uma área de transição entre as extremidades superior e inferior onde forças são transferidas nos movimentos atléticos e esportivos. Por esta razão, a fáscia toracolombar desempenha um papel integral no sistema de movimento do corpo já que ela conecta muitos sistemas articulares: Quadril, pelve, coluna lombar e torácica. Também, considerando que o grande dorsal tem inserções na fáscia toracolombar e insere no tubérculo menor do úmero, a articulação glenoumeral também pode ser pensada como conectada com a fáscia toracolombar. Adicionalmente, a fáscia cervical e a da toracolombar são contínuas, de modo que este efeito estrutural fascial pode ser visto na cervical e até mesmo na região cranial.
Três Camadas da Fáscia Toracolombar:
A fáscia toracolombar pode ser pensada como tendo 3 camadas que ajudam a separar os músculos desta região em compartimentos:
- Camada Anterior – Inserção do aspecto anterior dos processos transversos das vértebras lombares e a superfície anterior do quadrado lombar
- Camada Intermediária – Inserção da extremidade medial do processo transverso dando origem ao transverso abdominal.
- Camada Posterior – Cobrindo todos os músculos da região lombo-sacra através da região torácica, tão acima até as inserções dos esplênios. Adicionalmente esta camada posterior insere na aponeurose dos eretores da espinha e do glúteo máximo. É na camada posterior que o glúteo máximo e o grande dorsal contralateral têm uma ligação e juntos permitem movimentos contralaterais entre as extremidades superior e inferior, tornando possível correr e caminhar.
Sinais de Disfunção da FTL
Quais são alguns dos possíveis sinais de uma fáscia toracolombar (FTL) compensando ??por excesso de trabalho? Aqui estão 10 sinais:
“Aperto”, espasticidade e aumento tom na coluna torácica baixa e região lombar / paravertebral que sempre retorna, mesmo depois de realizar uma terapia localizada;
Aumento da lordose lombar com dor/fixa crônica da coluna lombar;
Sacroilíaca bloqueada / fixa;
Ombro doloroso e dor no quadril que não melhora com tratamento localizado para essas áreas;
Incapacidade de expandir a caixa torácica com a respiração diafragmática;
Diminuição da rotação da coluna torácica;
Fixação da articulação do quadril com a diminuição da amplitude de movimento;
Padrão alterado da marcha. Braço contralateral sem movimento em relação ao balanço da perna;
Dores de cabeça sub-occipital ou dor na fáscia plantar, devido ao trajeto fascial através da "linha superficial posterior" referência Thomas Myers (Anatomy trains);
Espasmo e/ou fraqueza no músculo quadrado lombar.
Restaurar a eficiência do FTL no subsistema oblíquo posterior pode fazer algumas melhorias rápidas na lista acima. Se a FTL é hipertônica, outros componentes sinérgicos do trajeto fascial pode tornar-se inibido, levando a padronização de movimentos inadequados
A FTL participa do mecanismo de estabilização lombar em situações dinâmicas, porém não deve ser superestimada. Uma estabilização adequada depende do sinergismo entre os mecanismos passivo, ativo e neural. Logo, a reabilitação de pacientes lombálgicos deve se basear em atividades que aprimorem a função de cada um dos componentes deste complexo mecanismo de estabilização