Chegada à plenitude dos tempos, nasceu para nós o Salvador que é o Cristo Senhor. Todos os anos a liturgia do Natal faz uma fissura no cronos, no tempo, na história. O ontem se faz hoje e, assim, nós temos a oportunidade de viver o nascimento de Jesus. Não é simplesmente voltar ao passado, é atualizar e viver esse acontecimento, esse mistério que é muito maior que Nossa compreensão. Cada ano, ministério é o mesmo, mas os apelos são diferentes. A "Noite Santa", que não é uma noite marcada pelas horas do pôr ao nascer do sol, mas a noite em que Deus assumiu nossa condição humana.
ELE NASCE MAIS UMA VEZ - Neste ano tão sofrido, mais uma vez, Jesus nasce! Deus se desnuda diante de nós para trazer a luz, a esperança e o recomeço. A Natal é a misericórdia de Deus. Ninguém via a Deus e não O veremos, mas Aquele que está na intimidade do Pai, Jesus nos deu a oportunidade de conhecer a imensidão do seu amor. Jesus - Yeshua já estava na criação, já era Deus na Santíssima Trindade e num ato pleno de misericórdia, despojando-se de todos seus atributos, nasceu em uma estrebaria com os animais. É Deus assumindo nossa carne e mostrando como ser bom, como nos despojar e obedecer ao Pai.
PODIA TER TUDO - Sim. Jesus podia ter tudo: palácios, Impérios e nações. Podia dispor dos anjos, mas nasceu Entre os pobres. Na criação para o homem, Deus dispôs tudo. Ele não quis nada a não ser o nosso amor. Pelo lado messiânico, quem é esse Menino? Quem garante que Jesus é o Salvador? Os méritos da Sua Encarnação, Paixão, Mortebe Ressurreição. Se fizéssemos uma medalha para mostrar esse significado, teria de um lado a manjedoura e do outro a Cruz. O mesmo Menino que nasceu, não há dúvidas, é o Salvador, como os anjos mesmo anunciaram: " Hoje nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor"(Lc 2, 11).]
LIÇÃO DA PANDEMIA - Aprendemos grandes lições nesse tempo de pandemia. Tudo é efêmero e o que fica é o nosso encontro com Deus. Então, que sentido estamos dando à nossa breve existência? Começamos a ver a vida diferente, um dia de cada vez. E vamos ser sinceros: a pandemia acendeu um alerta sobre as nossas limitações e nossas fragilidades humanas. Por isso, acredito e espero que, neste ano, possamos viver o Natal de outra forma. Diante do Menino na manjedoura, um Deus que se desnuda e se faz uma frágil criança, tenhamos também a coragem de nós desnudar, de olhar para nossa história e dizer: " Eu não quero continuar desta forma. Se não posso mudar o meu ontem, eu posso construir meu amanhã".
O NATAL - Ele vem nos fazer entender que sendo humanos, somos divinos. Com a encarnação do Seu Filho Jesus, Deus faz o humano se misturar ao eterno. Uma das lembranças mais lindas que guardo da Terra Santa é a gruta da Natividade. A Basílica é Grande, mas a gruta em que Jesus nasceu é tão pequena que temos que entrar meio encurvados. No NATAL, O Senhor nos manda ficar de joelhos e deixar cair um pouco da arrogância e da indiferença. Não importa a aparência, a cor da pele, a condição social, somos todos iguais: víamos e divinos.
DIFERENTE - Neste ano a realidade é diferente. Não podemos abraçar, nosso sorriso será escondido pela máscara, mas podemos dizer às pessoas que estão perto como elas são importantes para nós. Não tenhamos medo de renascer, de voltar à essência da nossa humanidade. Aproveitemos o Natal para tentar recuperar dentro de nós o que temos de melhorar deixemos brilhar em nossas vidas a luz divina do Menino Deus, que vem trazer a verdadeira paz e nos unir no amor. Abençoado e Feliz Natal a todos é o que desejamos.